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A dor quase sempre é a única professora escutada.


Em 2017 ela falou bem alto na vida minha vida, mesmo não sendo eu quem mais sofreu e sim minha irmã que aos 27 anos sofreu um severo AVC que a deixou três meses na UTI com sequelas cujas quais ela bravamente luta até hoje. 


Há naturalmente em muitas pessoas um certo bloqueio de memória quando referente a situações dolorosas, de modo que minha descrição daquele fatídico dia pode parecer um pouco sumária para alguns de vocês. 


Mas o fato é que a cirurgia decisiva não tinha prazo, como bem nos disse o médico responsável, Dr Valter. Até porque havia sérios riscos da Ju não resistir ao procedimento. 


As horas se passavam e nada em um hospital remete a calma ou esperança. Impessoal como toda construção moderna, com suas paredes brancas, dezenas de pessoas em gradação de sofrimento, unidas por um fino fio de piedade, ainda que cada qual, obviamente, mais preocupada com seu próprio caso. 


Sozinho, encontrei alguma paz no estacionamento onde alguns palmos de grama resistiam, e num misto de desespero com esperança clamei a Deus por algum tipo de posição. Senti meu coração sangrar por admitir a possibilidade da Ju morrer, e também algum tipo de consolo por ainda ?estarmos no jogo?. Bom, exatamente naquele instante ouvi uma palavra que segue viva até hoje em minha memória, apesar de não conseguir reproduzi-la; ela não veio do meu diálogo interno, mas preencheu todo meu ser como se uma grande onda me cobrisse sem me ferir, dizia tão somente ?confia?. 


Absolutamente no instante seguinte alguém - não lembro quem - veio dizer que cirurgia tinha sido sucesso e que minha irmã se encontrava estável. 



A habilidade aqui exposta in natura é consequência da transformação que essa palavra viva causou em mim. Busca, auto correção, dobramento, curiosidade, temor... em conjunto com tudo o mais.


A Confissão Enquanto Habilidade


Não é novidade para ninguém o sacramento da confissão, tão fielmente praticado pela igreja católica. Porém sua prática não é tão fácil, além de tudo, falar não é o mesmo que abrir o coração e o sacerdote não pode injetar sinceridade em ninguém. 



Um certo movimento conservador, se podemos chamar assim, se deu nos dias de hoje, e o incentivo para confissão é crescente em certos meios dos quais pessoas próximas fazem parte. Do meu lado, senti uma espécie de robotismo atroz das primeiras vezes que a pratiquei in loco, além do acanhamento natural, percebi o quanto minha consciência estava despreparada, deturpada e presa a determinados esquemas de pecado superficiais. 


Vi dicas de um Padre e percebi que a dificuldade não devia ser só minha:

? anotar de forma sumária,

? colocar em lista,

? levar o papel? 


Já era alguma coisa, porém recordava inúmeras referências à Sto. Agostinho e me lembrei que seu livro ?Confissões? estava nunca aberto em minha estante. Bom se era ele o modelo máximo em termos de confissão, porque não aprender com o melhor?!


Iniciei essa modelagem como sempre faço: buscando padrões de habilidade, tentando pegar o termo exato dito pelo próprio exemplar em conjunto com os padrões de experiência que sustentam a capacidade em si, igualzinho fazendo no MS ao utilizar o Short Modeling.


Para uma modelagem virtual, não precisamos necessariamente ler linha por linha e sim desvendar a estrutura de experiências.



Logo na primeira página ficou claro que sim, a confissão no modo de Sto. Agostinho é mesmo uma habilidade.


O sacramento da igreja foi internalizado por ele de modo particular, e acabou virando um poder pessoal onde o resultado imediato é uma abertura de consciência e sinceridade que me assustou.


Assusta também por ser um livro escrito a mais de 1700 anos atrás, por alguém em um mundo tão diferente do meu e mesmo assim de tão fácil compreensão. A leitura das "Confissões" me foi tão fácil que pude imaginar o próprio Sto. com mais clareza do que quando penso sobre pessoas que vejo diariamente, ou personagens conhecidos da história.


O resultado é que esta modelagem demorou mais do que deveria para ficar pronta, o que não é um problema de forma alguma.


A partir de agora vamos mergulhar na estrutura de experiências para a habilidade de se confessar constantemente, uma forma de se confessar através da sua própria consciência, como uma conversa com Deus por assim dizer, vamos lá.


Senhor, conceda-me o que ordenas e me ordenes o que quiseres.


Critério Principal


Todos sabemos que pecar é se afastar de Deus, alguns pecados causam mais vergonha, outros ficam ocultos para a própria consciência que os comete, alguns inclusive se revestem de uma aparência justa ou pelo menos aceitável. 


A vinda do Cristo é o ato de amor mais puro e verdadeiro possível, pois o próprio Deus com isso nos mostrou a quem devemos buscar sobre tudo e sobre todas as coisas.


Sto. Agostinho entendeu durante suas confissões no que devia focar para honrar essa busca. De alguma forma ele achou uma maneira alternativa à essa inclinação malévola que habita dentro de nós, prestando cada vez mais atenção ao que clama sua alma do que às coisas da carne, por assim dizer. 


Ele conseguiu essa proeza ao focar em subir através da sua alma no exercício constante da confissão. 


Ou seja, esse critério principal o permitia se aproximar do Criador através daquilo que o próprio Deus inseriu em cada de um nós: a alma. Com isso, há um alinhamento entre o objetivo (se unir ao Pai) e o meio de fazê-lo. 



Como ficará claro ao longo de toda habilidade, o deslocamento, a ação, a intenção parte de nós, por isso o ?subir? aponta um tipo de experiência em que devemos realmente agir - até com certa violência, rumo ao ALTO. Esse não é um ato de vanglória, de forma alguma, pois aqui estaremos honrando o projeto mesmo que nosso Pai têm para conosco. Ele nos quer perto de si!


Veja o tamanho da descoberta feita por Santo Agostinho! Ao invés de tentar subir pela sua dor, pela suas posses, pela sua coragem?, ao invés de tentar subir por vários meios contingentes, passageiros ou até mesmo materiais, ele percebe que buscando subir pela alma, poderá continuar, em um esforço contínuo, visto que nada pode tirar aquilo que o próprio Deus inseriu de forma particular em cada de um de nós.


Significado Equivalente


Em modelagem, porém, o critério principal é como as raízes de uma árvore: sabemos onde estão fincadas e só. É o significado que mostra o tipo de experiência a que esse critério diz respeito, de forma mais palpável e reconhecível em nosso dia a dia. 


Ou seja, cada um de nós pode ter um significado pessoal que equivale à ?subir através da minha alma? e você pode fazer essa descoberta simplesmente se perguntando qual significado é esse?, mas aqui não importa qual seja o nosso significado, e sim o do nosso exemplar. 


Santo Agostinho revela um significado impressionante. Um set de experiências revelador sobre sua habilidade de confissão constante. Estas experiências deixarão claro também o tipo de relacionamento que ele estabeleceu junto à Deus. 


Pois o que ele buscava enquanto subia através de sua alma era: (à Deus) alcançar onde pode ser atingido, se prender onde é possível


Veja, a grande luta de Santo Agostinho, desde quando seguia os maniqueus, passando pelo domínio da retórica e até mesmo após ter contato com a revelação Cristã, sua grande luta é que ele não tinha uma forma clara de chegar até o Criador. É consenso de alguns estudiosos que a conversão de Agostinho se deu de forma intelectual; ao cair por terra lendo algumas cartas de São Paulo, Agostinho finalmente entendeu que Jesus é o Cristo, e que ao ser enviado a terra, Deus nos havia dado um intermediário de carne e osso, igualzinho a gente em tudo menos em pecado? logo, Agostinho, ao que me parece não pode ter sido de outra forma, a partir desse momento passou a falar com uma pessoa.


Não com uma ideia, 

Não com um astro, 

Não com uma fórmula persuasiva, 

Mas, com uma pessoa. E essa pessoa de carne e osso, pode ser atingida de determinadas formas. 



Essa pessoa sendo Deus nos permite se unir a ele, também de determinadas formas. 


Aqui, eu acho que enquanto lia as cartas do Apóstolo Paulo, houve uma união de duas experiências: o atingir e o se prender viraram um tronco único e então, só posso supor, mas não vejo como tenha se passado de outra forma, Agostinho, que já trazia em si uma habilidade incrível de convencimento, onde ele próprio dizia desde criança saber como fazer para conseguir o que queria das pessoas, nesse momento é colocado diante daquele que tudo sabe a seu próprio respeito e tomando algum contato com o amor da própria verdade, creio que há nesse momento uma espécie de arrebatamento.


Percebam vocês, Agostinho já possuía habilidades fantásticas de retórica, convencimento e persuasão. Ou seja, ele já sabia alcançar as pessoas onde elas podiam ser atingidas, mas me pergunto: que amor é esse que ele sentiu enquanto lia as cartas de Paulo ao ponto de com violência renunciar à vida anterior e querer tão somente ficar preso junto à Deus?!


O segredo dessa habilidade para mim está na união dessas experiências, qualquer um que as buscar refazer dentro de si, agora mesmo, perceberá que automaticamente você pára de conversar com uma ideia e passa a se dirigir à uma pessoa!


Não foi também para isso que veio nosso Salvador?



Temos então a união da raiz (critério principal) com o tronco da habilidade de confissão. O significado equivalente revelado por Santo Agostinho traz a robustez interna que precisamos para a prática da confissão enquanto ação, por assim dizer. 


É isso que vamos entender agora na estratégia de execução.



Estratégia de Execução


Raízes firmes, tronco sólido.


Toda parte de sustentação da habilidade pronta, faz com que a mesma possa começar a florir e isso acontece através do alongamento de seus galhos, que ao longo do tempo trazem os frutos por nós desejados. Isso acontece na parte respectiva da habilidade chamada estratégia de execução, o "como fazer". 


A estratégia de execução é a parte cognitiva de toda capacidade, aqui, vamos mergulhar no passo a passo necessário para se confessar como fazia Stº Agostinho, essa parte vai revelar de quais ações ele se utiliza, e também em qual ordem elas aconteciam. Parecido com fazer a ligação para o telefone de um amigo, não basta saber quais os números, mas também em qual ordem precisa eles devem ocupar no todo.


São dois grandes blocos operando sequencialmente para a habilidade de confissão constante.


Meditar ? Confessar


Nessa ordem. 


Aqui temos outra noção do tamanho da genialidade desse santo na simples ordem de execução da confissão. 


Explico: aqueles que já tentaram se confessar - assim como eu no começo desse artigo, podem ter percebido que automaticamente nossa mente vai para pecados vergonhosos, principalmente aqueles que não desejamos de forma alguma que outras pessoas nos vejam cometendo.


O ponto é, nosso pecado é uma ofensa contra Deus, uma espécie de recusa à união, os pecados vergonhosos, se podemos chamar assim, possuem uma inclinação muito mais social do que superior, ou seja, são muito mais voltados ao julgamento de outras pessoas do que uma entrega, perdão e remissão de nosso Senhor.


Assim sendo, nos tornamos joguetes nas mãos do Diabo, que não nos permite penetrar nas camadas cada vez mais profundas, pedir o perdão e se regozijar na alegria do Senhor.


(...) da mesma forma que ele ficaria bem contente de ver as suas frieiras curadas se lhe fosse permitido, em troca, enviar-lhe câncer. 


CS Lewis - Cristianismo puro e simples


Stº Agostinho então, toma como ponto de partido de sua confissão a meditação da lei dada pelo próprio Deus. Ele não começa a confissão com ele, por assim dizer. 


Claro, podemos colocar um passo 0 nessa estratégia que seria algum incômodo ou lembrança de erro cometido.


Porém, o que devemos tomar como base avaliativa é a lei que já nos foi dada. 


Essa regra é tão mais importante no começo da aplicação desta capacidade, onde nossa consciência ainda está despertando e não temos o costume de tocar sem luvas a feiura que há dentro de cada um. Ao longo do tempo sim, poderemos ver um Agostinho realmente Santo, confessando coisas que pessoas banais como nós nem sequer considerariam olhar com importância de alma.


Dito isso, o passo 1 da estratégia é a meditação da lei que fornece o caminho reto à reflexão.


O passo 2 é o momento em que ele se coloca nesse caminho e busca, com todas as forças expurgar o mal. 


Nesse momento temos uma ação de ?conhecimento?, ou seja, você precisa descrever o que sabe sobre seu pecado como quem puxa de dentro de si o máximo que conseguir. 


Quando digo o máximo que conseguir, creio que vale a pena reproduzir um exemplo do próprio livro de Sto. Agostinho.


"Eu me encontrava, pobre menino, no limiar dessa escola moral. Minha educação era dada de tal modo que temia mais cometer uma impropriedade de linguagem do que acautelar-me da inveja que eu sentiria daqueles que a evitavam, se eu a cometesse. Digo e confesso diante de ti, meu Deus, essa fraqueza que me angariava aplausos daqueles, cuja aprovação era a minha norma de vida".¹



Talvez seja importante dizer que, ao se colocar diante de nosso Senhor, temos total certeza de que apenas ele nos conhece, infinitamente melhor do que nós próprios, com isso, o nível de sinceridade não pode ser aquele da consciência culpada que deseja parecer mais feio do que é para invocar piedade, nem aquela que oculta coisas como se isso já não fosse óbvio para Deus.


Também é incrível como na habilidade de confissão constante de Sto. Agostinho não há saltos no decorrer de sua ação de conhecimento. Ele passa etapa por etapa, conhecimento por conhecimento o melhor que consegue com toda sua consciência participando e com tanta sinceridade que aos que lerem o livro das Confissões, certamente se sentirão batendo papo com um amigo de 1700 anos. 


Após essa parte, que ficará melhor e mais sincera ao longo do tempo, temos o passo final. 


3-  Ignorância. 


? Porque agimos errado? 

? Como essa vaidade se apodera de nossas ações?

? De que forma fazemos o mal para pessoas que tanto amamos?


Meu Deus, somente o Senhor conhece nossos corações. 



Meu caros, a verdade é que para além do que conhecemos sobre nós mesmos ao descrever os atos, palavras e omissões, se encontra o campo da ignorância. 


Atingir esse campo é o passo final da confissão, pois é aqui onde tomamos contato com a misericórdia divina ao entregar nossa ignorância a verdade eterna e permitir que ELA nos englobe, nos guie. Principalmente, que nos receba em sua bondade e nos rejubile. 


Mesmo eu, pecador banal, em poucos meses de uso desta habilidade pude experimentar uma bondade tão inefável que nesse mesmo momento meus olhos se enchem de lágrimas e desejo de que vocês possam provar desse passo a passo por si. 


Vocês sentiram uma certa barreira, um lugar desconhecido, um campo aberto de dúvida e então devem entregar tudo isso ao próprio Deus.


É também aqui onde os que buscam a verdade acabam se encontrando com ela por meio da infusão. Você não sabe, Deus te preenche e te faz saber por vias e de formas antes desconhecidas por si. 


Emoção Energizante


Árvore preparada, habilidade quase completa, nos falta agora o elemento final, aquele por onde se renova continuamente a capacidade, a mantendo em funcionamento. 


O estado emocional da habilidade é como se fosse o padrão de energia da sua casa, ele precisa estar ligado para as coisas funcionarem. Por isso, este é geralmente o último elemento modelado, e o primeiro para ser absorvido para reprodução da habilidade.



Esse padrão emocional me chamou atenção ao unir sentimentos opostos enquanto separados, mas coerentes quando dentro da habilidade como um todo. 


Por um lado temos o temor, uma emoção que remete às trevas em que nos encontramos. De fato o pecado precisa nos assustar pois ele é o caminho da condenação. 


Do outro lado temos a esperança, uma emoção que nos inclina a busca, a confiança.


A combinação do temor + esperança cria um contraste emocional. 


Veja, sendo tudo trevas, não há bem para esperar, seria esse o inferno. 

Sendo tudo luz, não há mal para revelar, seria a vida dos anjos. 


O contraste que surge ao combinarmos essas emoções dentro da mesma habilidade, faz com que possamos ver a luz e também onde ela toca, revelando formas desconhecidas. 



Aos que já perceberam essa dualidade na estratégia de execução (conhecer - ignorar), podem dar como certo a congruência interna da habilidade modelada, e com isso pude ter a certeza de que os padrões realmente foram captados. 


Absorção


Bom, eis o modelo completo da habilidade de confissão, modelada a partir do altíssimo Sto. Agostinho.


Uma habilidade é um padrão de comportamento, sustentada por determinadas experiências que acontecem simultaneamente. 


O modelo de uma habilidade (habilidade in natura) é a exposição desse modelo, como fizemos aqui. 



Assim como uma árvore só pode viver se for plantada em determinado local apropriado, uma habilidade só pode existir se as experiências que a sustenta forem assimiladas dentro de cada um de nós. Isso significa, meu amigo, que as partes do modelo aqui expostas (critério principal, significado equivalente, estratégia de execução e emoção energizante), as experiências que estão dentro de cada uma dessas partes devem ser assimiladas e vivenciadas por você, para que a habilidade possa se manifestar com naturalidade. 


A única forma de fazer essa assimilação é, para cada experiência aqui descrita, encontrar na sua vida uma análoga e colocar todas elas para funcionar em um contexto que faça sentido. 


O contexto


Por contexto queremos dizer aquele momento em que essa habilidade te fez falta.


? Quando você deveria se confessar a Deus, mas não o fez, ou não o fez com tanta entrega quanto deveria?


Esse é o contexto (um momento do seu passado) onde a habilidade deve ser treinada através da assimilação análoga de experiências. 



Como o próprio termo da habilidade diz ?confissão constante?, sabemos que essa capacidade pode ser utilizada em largos contextos, praticamente a todo e qualquer momento pois ela acontece como uma conversa com aquele que tudo sabe, tudo vê e que realmente nos ama. 


Recomendo que, após absorção, você se dedique a boa prática da estratégia de execução, comece aplicando a habilidade nos pecados mais notórios para ganhar treino e depois se permita cavar cada vez mais fundo em sua própria consciência.



Também vale saber que em breve teremos uma aula dedicada a exposição dessa habilidade, com exemplos e práticas que só consigo fazer em vídeo, geralmente essa aula se dá ao vivo. Caso queira saber quando para participar, inscreva-se em nossa newsletter aqui, ou se matricule no Modelagem Sistêmica pois os alunos tem acesso a todas habilidades expostas em formato de aula. 


Tudo de bom, 

Gil 


Keep modeling!


Ps. obviamente a confissão enquanto habilidade não substitui o rito sacramental; procure um Padre. Mas sim, essa habilidade te ajudará a fazer uma confissão in loco cada vez mais sincera.


¹ pg 40. Confissões. Editora Paulus.